20080629

Algo colorido

Eu tenho certeza de que te amo.

Mas a minha certeza não vale de nada, é como se eu visse rosa e o mundo visse azul. Eu tenho certeza de que é rosa e o mundo tem certeza de que é azul. O mundo não vai me fazer ver azul, e eu não farei o mundo ver rosa.

O que quer que seja, não deixa de ser o que é porque eu vejo rosa ou o mundo vê azul.
Mas para mim, deixará de ser o que é justamente porque não é mais rosa. E eu não conseguiria ver novamente se tivesse abalado a minha certeza.

Meu amor é rosa e o seu é azul.
Mas se é para a gente ficar bem, a gente pode deixá-lo roxo.

20080615

Vontade de sonhar


Sonia era uma jovem comum dos anos 70 e 80 em São Paulo.
Não era hippie, não era estrela do rock. Era estudante, baladeira e 'dona do próprio nariz'.

Teve muitos sonhos, e tentou realizá-los o mais cedo possível.

Ao realizar cada um deles, ela ia percebendo que não eram realmente sonhos, e sim pequenas vontades. Logo descobria que aquilo não era o que queria.

Um de seus maiores "sonhos" era ser psicóloga. Para isso, prestou vestibular para psicologia no que antes era o Objetivo.Era muito jovem, entrou com apenas 17 anos.
Diz que morreu de vergonha quando sua mãe precisou ir para assinar a matrícula, pois ainda era menor de idade, no meio de todos aqueles jovens já 'autônomos'. Percebeu que ela não era tão 'dona do seu nariz' assim.
Mas ainda sim, seu sonho estava sendo realizado, estava a caminho de se tornar uma psicóloga!

Quando formada, montou seu consultório, e assim se realizara seu 'sonho'. Sua vida estava completa, por enquanto.

Mas depois de alguns anos exercendo a profissão, percebeu: "Não quero ser psicóloga".
Seu sonho já não era mais sonho, e sim uma vontade. Passageira.

Saiu do ramo, trabalhou com muitos outras coisas. Já não tem mais sonhos.
Agora, ela tem vontades.
E a próxima vontade à ser satisfeita é a de trabalhar como funcionária pública. Na área de administração, até que a próxima vontade apareça.


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Essa é a história de Sonia Maria Bovolenta Peres.
Agora sem emprego, sem sonhos, cheia de vontades. Namorada, feliz, e mãe de duas filhas.
Uma delas, a que vos escreve.

20080607

Dilema de uma des-movimentação

Digo tanto que sou algo que muda sempre, que nunca fica parado, dá tanto passos para frente quanto para trás, mas sempre em mutação.
Mas há a contradição em mim. E a contradição é uma movimentação.

Eu, que me encontro completamente apaixonada, flutuante, dançante, acabo por me encontrar realmente, estagnada.
O amor me pôs um muro alto, comprido e resistente à minha frente. O muro é transparente, posso ver tudo o que poderia ser, ter e fazer, mas nunca consigo atravessá-lo.
É confortável, eu confesso. É quentinho, tenro e suave, assim como o colo, o carinho e as palavras de minha amante, mas eu quero ultrapassá-lo, como quero.
Talvez seja essa minha necessidade atroz e um tanto quanto superficial de ultrapassar barreiras, quebrar dogmas, conceitos e tudo o mais que me limita, mas eu quero tanto que essa coisa tão forte e inexistente desapareça que me embaraço toda em tanta afobação.

Deve ser essa afobação toda que me criou esse bendito muro. Ou a minha necessidade de produzir, ou o meu medo de parar, ou mesmo o meu 'amor'.
Ou simplesmente esse muro nunca existiu e eu mesma o criei para ter a certeza de que nunca vou parar - pois me conheço e sei que adoro (ou odeio) desafios.

Na verdade só de pensar nesse muro ele deixa de existir, mas tudo o que faço é mesmo uma contradição, pois pensar no muro também o faz exisitr, e isso acaba se tornando algo vicioso, que só faz com que eu me movimente para frente e para trás, algo como uma estagnação, só que mais cansativo. Vês o meu dilema?

20080604

Sem título


Minha luta com o o blog continua. Ainda estou à procura da existência daquele espaço onde se coloca o título, mas ele insiste em fugir de onde deveria estar. Então minhas postagens serão 'desintituladas', ao ler algo você então terá de descobrir sobre o que estou falando enquanto lê...

Bom, como é de praxe (apesar de um tanto quanto atrasada), aqui está uma apresentação sobre o que acontece(rá) nesse blog.

O blog foi criado com o intuito de apresentar os comunicadores da Agência Comunitária de Notícias (http://www.agenciacomnoticias.org.br ), e para que quem a acessa possa conhecer um pouco mais o que pensamos, anseiamos e fazemos, além das reportagens do site.

Então, cá estou eu, pronta para comunicar. Do jeitinho que adoro. Mesmo que sendo com o silêncio.

Boa Leitura!

20080602

Desumanidade

Uma pequeníssima reflexão sobre a Humanidade dos Seres:

Por que quando se diz que alguém teve uma atitude grandiosa, um ato de coragem, respeito, carinho, respeito ou etc, se diz que ela teve uma atitude Humana?
Se o ser humano é esse lixo que vemos, preconceituoso, egoísta, individualista (se bem que individualista todos os seres são, mas o humano é um individualista que tem ciência de como seus atos influenciam no seu meio e nos seres à sua volta, vê como esse ato pode prejudicá-los e ainda assim o faz, pois só quer saber de satisfazer seu bel-prazer) e mais um monte de coisas ruins, então por que existe esse termo?
O ser humano é tão mesquinho, que até cria um significado bom para esse adjetivo/substantivo (?) para se livrar do peso e da 'responsabilidade' que é ser um humano.

Atitudes grandiosas, as tais Humanas, direi que são atitudes Animais.
Animais são mais Humanos do que esses Humanos que conheço...