Dilema de uma des-movimentação
Digo tanto que sou algo que muda sempre, que nunca fica parado, dá tanto passos para frente quanto para trás, mas sempre em mutação.
Mas há a contradição em mim. E a contradição é uma movimentação.
Eu, que me encontro completamente apaixonada, flutuante, dançante, acabo por me encontrar realmente, estagnada.
O amor me pôs um muro alto, comprido e resistente à minha frente. O muro é transparente, posso ver tudo o que poderia ser, ter e fazer, mas nunca consigo atravessá-lo.
É confortável, eu confesso. É quentinho, tenro e suave, assim como o colo, o carinho e as palavras de minha amante, mas eu quero ultrapassá-lo, como quero.
Talvez seja essa minha necessidade atroz e um tanto quanto superficial de ultrapassar barreiras, quebrar dogmas, conceitos e tudo o mais que me limita, mas eu quero tanto que essa coisa tão forte e inexistente desapareça que me embaraço toda em tanta afobação.
Deve ser essa afobação toda que me criou esse bendito muro. Ou a minha necessidade de produzir, ou o meu medo de parar, ou mesmo o meu 'amor'.
Ou simplesmente esse muro nunca existiu e eu mesma o criei para ter a certeza de que nunca vou parar - pois me conheço e sei que adoro (ou odeio) desafios.
Na verdade só de pensar nesse muro ele deixa de existir, mas tudo o que faço é mesmo uma contradição, pois pensar no muro também o faz exisitr, e isso acaba se tornando algo vicioso, que só faz com que eu me movimente para frente e para trás, algo como uma estagnação, só que mais cansativo. Vês o meu dilema?
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