20081003

4 Novidades depois



Eis que surge (eu ?; tu surges; ele surge; nós surgimos; vós surgeis; eles surgem.), novamente, uma Flavia de rabinho entre as pernas... Confessando, dessa vez, que não escreveu nada, absolutamente N-A-D-A desde a última postagem que aqui feita.
É, se eu pudesse, não só o rabo estaria escondido... Mas cá estou, 4 novidades depois, 9 itens riscados da minha lista (http://www.eternolegato.blogspot.com) depois, e de bem com essa minha vida medíocre, enfim...

Peço inúmeras desculpas, já faz tempo, e eu me esqueci de como é bom escrever. Já não fluem mais idéias como antes, e eu não consigo mais blablear sobre eu mesma como antes (apesar de estar o fazendo, muito bem obrigada, agorinha mesmo). Nem parece muito tempo, alguns meses não são nada, para uma vida inteira, para 16 anos, mas vejam só, eu tenho 16 anos, e meus dias só têm 24 horas... Quem me conhece bem sabe que eu não sei apreveitar meu tempo útil, e, de repente a noite já chegou e eu estou me desligando da tomada para logo dormir (como se eu estivesse mesmo, cansada). Antes que me apareça algo idiota para fazer, ou mesmo chegue a hora de trabalhar, deixo de me estender, para colocar um texto muito legal (eu acho, né) que escrevi em agosto do ano passado:

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Olhadela

Sempre houve aquela quedinha, sempre houve aquela vontade.
Sempre que o via.
Mas logo vinham todos aqueles pensamentos, todos aqueles motivos para não ter o menor pingo de esperança, e logo o baque: Ele tinha namorada.
Sempre.

Chegou à pensar que era melhor parar de vê-lo, mas a simples idéia de não ter aquelas sensações, aquela coisa gostosa era terrorífica! Não podia, nem deveria acontecer. Ela se fazia pensar que não era a melhor coisa à se fazer.

Logo veio aquele beijo, aquele relar de mãos, de dedos, aquele sopro só de ouvi-lo falar.
Ela até se deu ao luxo de ter esperanças.
Começou à ver que nada daquilo acontecia com as outras garotas.
Começou à achar que ela realmente era algo especial pra ele.

Foi quando ela contou tudo à sua melhor amiga, timidamente, esperando como sempre que ela destruísse essa idéia doida de que ela era algo para ele... E ela o fez. E o fez lindamente! Com umas simples palavras aqui e ali e tudo se fora pros ares. Nada mais era o que ela achava ser. Era tudo da cabeça dela!

Foi aí que ela teve a certeza de que tudo o que ela achava que era diferente, tudo o que ela pensou acontecer não passavam de criações da sua mente. E ela tentou viver a sua vida de novo.
Tentou.
Mas as sensações não pararam, os toques não deixaram de existir, e os beijos ainda não eram comuns... De fato, só aumentaram.
Os toques agora eram mais claros e certos, os olhares ainda mais profundos, e os beijos.... Ah, os beijos eram ainda mais próximos, quentes, apaixonantes!

Não era da cabeça dela. Não podia ser!
Ele tinha namorada!!
Mas ela não estava imaginando, tinha algo acontecendo!

Foi naquele dia.
Ah! Que lindo dia!
Não importava quão ruins tinham sido todas as outras horas daquele dia.
Tudo se transformara em pura fumaça perto do que acabara de acontecer.

No meio de todas aquelas idas e vindas.
Todas aquelas tentativas de tirá-lo da cabeça.
Ele ia e vinha. De seus pensamentos e de suas vistas.Tantas vezes ele se foi, e ela tremeu as pernas para não ir atrás dele. Mordeu o lábio para não impedi-lo.
Mas tantas vezes ele vinha. E que emoção era quando ela o via chegar!
Que alívio era pro seu coração vê-lo voltar para ela!
Ele ficou do seu lado.Ela sentia tantas coisas. Pensava tantas coisas.
Queria falar. Mas ainda bem que não falou, suas palavras teriam saído emaranhadas, ou mesmo em alguma outra língua que só ela entendia.
Mas isso não pareceu tê-lo feito sair de lá.

Ela estava com seus amigos. Os dois abusando um pouco de sua bondade, como sempre.
Brincando demais, tocando demais, falando demais.
Ela não estava incomodada. Ela gostava da companhia deles.

Mas não quando ele estava olhando.
Ela sempre se pegava caçando com os olhos aquele pontinho marrom camuflado na escuridão.
E sempre que o encontrava, mostrava-se longe, desinteressada em seus amigos.
E ela sabia que ele a olhava. Sabia que se se mostrasse daquele jeito, ele notaria.
E ele notou.

Ela viu a hora que seus olhos se encontraram. Tão longe, tão escuro, mas ela sabia.
E ele também.
Eles se entreolharam.
Foram dois segundos.
Dois anos.
Duas vidas.
Ela desviou o olhar. Olhou pro céu, olhou pra casa atrás dele, olhou pros olhos dele.
Eles não estavam mais lá.
Ela olhou novamente pra casa.
Ele não estava mais lá.
Ela não o via.
Mas sabia.
Ele estava chegando.
Ele estava vindo. O beijo, o toque, os olhos!Eles estavam vindo!
"Tchau cara!"
"Mas você fica indo e vindo tantas vezes!"
Seu sorriso permaneceu. Seu coração estremeceu.
Ele ia de novo!
Não de novo!
Dessa vez era a última.
A última vez que ele ia..
Ela sabia.
Um segundo se passou.

"Tchau Flavinha!"
"Tchau!"
Ah! O beijo.
Eles finalmente se encontraram... Os lábios. Tão secos, tão rápidos.
Tão infantis.

"Ele tem namorada! Ele tem namorada! Ele tem namorada!"
Ela olhou para os lados. Esperou que uma voz soasse e todos ficassem sabendo.
Esperou que alguém confirmasse que ela não tinha imaginado aquilo.
Um segundo se passou.
Ele já se fora.
Ela ouviu alguém chamando-o longe. Era só imaginação.
Ela olhou.
Quantos olhos pousados naquele pontinho marrom.
Quantos olhos esperando olhá-lo mais de perto.
Ele não olhou.
Ela o fitou. Ele não a olhava.
Ele nem sequer mudou.
Ele se foi.
Ela o seguiu. Tempo o bastante para vê-lo dar uma pequena e segura olhadela para trás.
Aquilo acontecera. Ele acabara de confirmar.
Ela não acreditava. Mordia a unha como costumava fazer.
Olhava praquilo tudo acontecendo na sua cabeça. Olhou tantas vezes.

"O que foi Flavia?"
Um sorriso apareceu. Ela olhou praquela cena novamente refletida nos olhos do amigo.
"Nada!"

Aquilo acontecera.

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Näkemiin
(próxima postagem faço um comentário sobre o texto)

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